quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Capitulo 7

Desculpem a demora a postar... Mas como já disse, estou sem computador o que impede de postar, ou responder a comentários! Mas agora acho que vou passar a postar mais frequentemente, pois tenho o portatil da minha mãe. Também a minha época de testes vai começar (novamente) e vou ter que me aplicar bastante pois as notas dos primeiros testes não foram, sem duvida, as melhores... Beijos Tatiana. :)

Ps: Pode ser que hoje poste ainda mais um :) Se não for hoje, será amanha...

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Tinha acabado de fazer o exame e seguimos para a escola de condução. Estive algum tempo à espera, não sei quanto tempo foi, mas sei que me pareceu uma eternidade, estava super nervosa! Não sabia dizer se o exame me tinha corrido bem ou mal, mas tinha imenso medo de que as coisas corressem mal! Estava sentada num canto da sala de espera a 'brincar' com o telemóvel... Quando vejo o meu instrutor a dirigir-se a mim, vinha com uma cara de poucos a amigos 'Pronto, só fazes porcaria Tatiana Alexandra! Nem o raio da carta consegues tirar.' pensei para os meus botões. Mas quando chega a mim, estica a mão com um pequeno cartão com um grande sorriso. Olhei para ele, para a mão, para ele, para a mão e por fim para ele outra vez. Pus um sorriso enorme, dei um pulinho e abracei o Cláudio - o meu instrutor, tínhamo-nos tornado uns bons amigos -
T- Ahh! Obrigada Claudio! A sério!
C- Não me agradeças miúda. O mérito foi todo teu! Saíste-te mesmo muito bem. Vá, pega e põe-te a andar daqui para fora! Depois liga-me a dizer como foi estrear o teu carrinho novo está bem?
T- Sim, está descansado que ligo - Pisquei-lhe o olho, peguei na carta e saí do edifício.
Estava super contente! Primeiro que tudo, liguei ao meu irmão a dar-lhe a nova noticia. Como tinha prometido, ele seria o primeiro a saber. Ele ficou contente por mim e depois disse que tinha que falar comigo, era urgente. Ainda tentei saber o que era, mas ele preferiu que fosse até casa dele... Assim o fiz, apanhei um autocarro e meti-me em casa dele poucos minutos depois... Assim que cheguei, toquei à campainha, ele abriu e subi. À porta estava a Raquel com olhos de choro, fiquei logo preocupada, apressei-me a juntar-me na sala com eles os dois...
R- Preciso de falar contigo...
T- Ai, desembucha logo! Estou a ficar preocupada já!
R- Tatiana... Tu sabes que eu sempre disse que gostava de ir para fora
T- Sim, sempre disseste que gostavas de ir fazer uma viajem pelo mundo...
R- Não estás a perceber...
De repente instalou-se um silêncio incomodativo. Pensei melhor no que ele dissera e só passado um pouco é que entendi o verdadeiro significado daquela frase. Tremi toda, abracei-me a ele e desatei a chorar como uma criança
T- Não! Não! Não! - Pedia desesperadamente - Tu prometeste-me! Tu disseste que nunca irias para fora! Por favor! Não! - disse a arrastar a voz
R- Pequena... Não fiques assim! Eu sei o que te disse, mas tu sabes que eu sempre quis ir para fora! São só 6 meses, vais ver que passa num instante! E é uma grande oportunidade
T- Mas não! Não são só 6 meses! Vai custar sabendo que vais estar onde vais estar! Não é seguro para ti... Por favor, não vás!
R- Pequenina, já tomei a minha decisão... Já está tudo pronto... Não fiques assim, por favor!
T- Vais quando?
R- Daqui a duas semanas...
Fiquei  agarrada a ele durante mais algum tempo. Não conseguia estar ali, precisava de apanhar ar... Era demasiado! Custava-me imenso. Pensar que ele... Não, prefiro nem pensar! Tenho medo! Pedi desculpa e sai de casa dele a correr. Não sabia para onde ir, estava a desesperar, precisava de estar com alguém mas ao mesmo tempo com ninguém... Apanhei uma camioneta para Belém, gostava de ir para lá quando tinha que pensar... Pensei em ligar à Thais, à Sabrina, ao Diogo ou ao Márcio, mas não conseguia. Passei pelo número do David e sem pensar duas vezes carreguei na tecla para chamar
"- Tatiana? Então vamo' ter mais uma mulher na estrada? - perguntou em tom brincalhão.
- David... Estás ocupado?
-  Que voz é essa? 'Cê tá bem?
- Estás ou não ocupado?
- Não, saí do treino agora...
- Tens alguma coisa combinada?
- Tenho...
- Então esquece... Desculpa incomodar
- Não! Não desliga. Tenho coisas combinadas mas é com você para me explicar o que tem... - Dei um pequeno sorriso - 'Cê tá onde?
- Torre de Belém...
- Vou ter com você 'tá bom?
- Não! Não quero incomodar...
- Não seja tola... Vou já para ai, beijo!
- Até já..."
Desliguei a chamada, não sei porque mas não me arrependi de lhe ter ligado! Sabia-me bem falar com ele, apesar de o conhecer à poucos dias, ele era um amigo! Eu estava sentada na relva com as pernas à chinês com os braços apoiados nas pernas e as mãos na cara, continuava a chorar. Apesar de estar a morrer de frio, deixei-me ficar ali... Senti uns braços quentes a abraçarem-me por trás, não precisei de me virar para trás para ver quem era, pelo cheiro só podia ser uma pessoa: o David.
D- 'Cê tá gelada! - Encolhi os ombros, ele levantou-se, pôs-se à minha frente pegou na minha cara limpou-me as lágrimas e abraçou-me - 'Cê quer falar?
T- Não. Agora não... Fica só aqui comigo - abracei-o com mais força
Ficamos ali durante algum tempo, estávamos agora sentados lado a lado, o seu braço rodeava a minha cintura e a minha cabeça estava pousada no seu ombro... Comecei a tremer de frio
D- Anda, vem. 'Cê não pode ficar mais aqui ao frio, você tá gelada.
Ele estava levantado com a sua mão esticada para eu a agarrar. Assim o fiz, agarrou-me a mão com força como que estivesse a dizer 'força, eu estou aqui'. Continuamos de mãos dadas até ao seu carro e só a separamos quando ele me abriu a porta para entrar no seu carro... Seguimos o caminho, para não sei onde, em silêncio. Apesar de eu já não chorar, continuava sem me apetecer falar. Comecei-me a aperceber para onde estávamos a ir, estávamos a ir para sua casa. Quando chegamos à casa dele, ele disse-me para ir andando para a sala que já voltava, fui para a sala e sentei-me no sofá a olhar para a grande janela que ele tinha na sala... O tempo estava escuro, as nuvens carregadas de água e apesar de ainda não ser de noite o sol já há muito que tinha desaparecido. Limitei-me a olhar aquela vista e a pensar... Não queria que o meu irmão fosse para fora, não queria perde-lo, não queria estar longe dele, não queria ter que estar com o coração nas mãos todos os dias, não queria ter medo de a qualquer momento receber a pior noticia... Simplesmente não queria! Fui interrompida com a voz do David
D- Tome... - Disse estendendo uma caneca de chocolate quente
T- Obrigada - Agarrei na caneca com as minhas duas mãos para as aquecer. Passado algum tempo em silêncio eu comecei a falar - O meu irmão... Ele vai-se embora
D- Embora? Mas ele pode sempre voltar, podem sempre falar todos os dias...
T- Não... Nós não vamos poder falar
D- Claro que podem... Tem a net, os celulares, tanta maneira...
T- Não estás a perceber
D- (coçando os caracóis) - É, acho que não
T- Lembras-te de te ter dito que ele é militar?
D- Claro que lembro
T- Então...
Ele ficou uns momentos calado com cara de pensativo, só passado um pouco é que se deve ter apercebido que o meu "para fora" significava ir para a guerra
D- Ahhhhhhhhh! Vem cá... - Aproximou-se de mim e envolveu-me num abraço quente e reconfortante; tudo o que naquele momento eu precisava - senti-me bem com o abraço dele, mas ao mesmo tempo foi o suficiente para as lágrimas dominarem de novo o meu rosto... O David ia-me afagando o cabelo, passado um pouco, já estava mais calma e já não chorava, mas continuava envolvida no seu abraço quente e reconfortante, que só foi interrompido com o som do meu telemóvel a tocar, desprendemo-nos um do outro e tirei o telemóvel da mala, "mãe a chamar" vi no visor, limpei as lágrimas do meu rosto, respirei fundo e atendi
"-Sim? Diga mãe...
-É para avisar a menina que já pus o dinheiro na sua conta.
-Mãe... Sabe, eu estive a pensar e... Eu não sei se quero mesmo a sua ajuda e do pai
-Oh filha. Não diga disparates... É obvio que eu e o pai vamos-lhe dar o dinheiro, alias já o demos...Portanto não digas parvoíces... Vá agora a mãe tem que desligar porque vai arranjar o cabelo...
-Mas..."
Puff! Tarde de mais, já tinha desligado a porra do telemóvel! Era incrível como a minha mãe só falou do dinheiro, nem sequer se deu ao trabalho de perguntar se tinha passado no exame ou não... Bufei, pus o telemóvel de volta na mala e sentei-me novamente no sofá. Peguei na caneca de chocolate quente e bebi um gole.
T- Desculpa... - disse muito baixo para de seguida dar mais um golo na caneca.
D- Esta pedindo desculpa porque?
T- Por te estar a fazer perder o teu tempo com os meus problemas parvos... Por te ter ligado... Por teres que levar com as minhas crises de choro... Sei lá...
D- Não seja boba! Se eu fui ter com você, foi porque quis! Não porque fui obrigado... E fiquei contente por ter confiado em mim para estar ao seu lado - Disse com um sorriso absolutamente lindo e com sinceridade
T- Oh... Mas estraguei a tua tarde!
D- Não muleque, 'cê a melhorou! - senti-me a corar por todos lados
T- Sabes o que me está mesmo, mas mesmo a apetecer?
D- Não... Mas acho que tenho medo
T- Parvo! - Sorri - Não é nada de mal... Mas apetece-me jogar bowling... - Disse fazendo beicinho
D- Então vamo' nessa garota!
T- Obrigadaaa
Sorri, acabamos de beber o chocolate quente entre alguma conversa e seguimos para o Colombo.
D-' Cê tá melhor?
T- Oh... É complicado, tenho medo sabes? Medo que alguma coisa lhe aconteça, medo que ele... Tu sabes... Mas não posso pensar o pior, só me vai fazer mal, tenho que pensar positivo, se é que há alguma coisa a pensar positivo, mas pronto... Obrigada por estares ao meu lado, obrigada por me aturares e limpares as lágrimas e obrigada por me fazeres sentir melhor - Fui o mais sincera que pude nas minhas palavras! A verdade é que me sentia estranhamente bem ao lado do David. Vi-o com um sorriso lindo na cara, o que me fez sorrir também
D- Mas você não pode pensar que algo de mal lhe vai acontecer, porque pode não acontecer... Pense que ele vai defender o seu país, vai ser um orgulho para você... E não tem que agradecer não, fico feliz por você contar comigo! E sempre que precisar, eu vou estar do seu lado
T- Obrigada...
Quando chegamos ao Colombo, fomos para a FunCenter, dirigimo-nos para o sitio onde se joga bowling, após uma breve discussão para ver quem pagava no final cada um pagou a sua parte, pedimos os ténis calçamo-nos e começamos a jogar, o primeiro era o David
D- E ai! 'Cê tá pronta para perder? - Disse erguendo a bola no ar, eu ri-me
T- Sim claro David... Eu perder? Talvez em sonhos. Mas aviso que é melhor acordar para a realidade, realidade essa que é comigo a ganhar - Disse muito convencida
D- 'Tá muito confiante você
T-É sabes... Aprendi com um certo jogador de futebol, de um clube que dão pelo nome de Benfica, que enverga a camisola numero... Ai qual é mesmo o numero... - Fingi-me de pensativa - Ahhh, 23! Isso mesmo, um tal David Luiz! - Pus-lhe a língua de fora e ele riu-se
D- Muito engraçadinha você? Também aprendeu comigo? - Rimo-nos os dois - Mas bem, depois no final conversamos melhor, agora veja e aprenda com o melhor
Lançou a bola muito confiante de si próprio, mas saiu-lhe o tiro pela culatra que a bola foi para fora. Desmanchei-me a rir quando a bola saiu, ele cruzou os braços e sentou-se. Cheguei-me ao pé dele, pus-lhe uma mão no ombro e gozei
T- Sim, realmente, és o melhor mesmo... - Disse entre gargalhadas

Como será o resto da tarde?

1 comentário:

Anónimo disse...

ADOREI!!
Assim que vi que tinhas postado vim logo ler!
Fico à espera de MAISSS!!!

Bjokinha
Mariaa
http://mariaainwonderland.blogspot.com