Capitulo 9

Olá :) Já tenho alguns capítulos acabados portanto deve ser mais fácil postar nestes próximos dias... Mas depois de postar os capítulos já feitos, vai ser mais complicado postar (desculpem, desculpem) mas é que agora depois das aulas vou buscar a filha de uma amiga da minha mãe e depois a miúda fica comigo até às 20horas... Ou seja, vai ser BASTANTE complicado vir ao computador... Mas também estou a escrever a história num caderno portanto depois é só passar do caderno para o computador. Espero não vos desiludir x:

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Cada vez as nossas caras ficavam mais unidas e o meu coração cada vez batia mais depressa. A sua testa encostou-se na minha, ele colocou a sua mão na minha face e finalmente uniu os nossos lábios, foi um beijo calmo e sem pressas. Paramos o beijo e ainda ficamos algum tempo com as testas juntas a olhar-nos, mas do nada ele levanta-se
D- Me desculpe, tenho que ir embora!
T- Mas...
D- Fique bem
Virou costas e começou a andar
T- David, espera!
Tarde de mais... Ele já tinha sumido de minha casa e do corredor do prédio. Entrei novamente em casa, sentei-me no sofá a olhar para o nada. Comecei a pensar no David, nós beijamo-nos e ele do nada fugiu sem dar uma unica explicação... Quando dei por mim, está a Sabrina aos gritos comigo
S- TATIANA!! - Dá-me um empurrão - ACORDA!!!
T- Ahm? O que foi?!
S- O que foi digo eu... Estou aqui a falar para o boneco
T- Ah pois, desculpa. Olha, vou para o meu quarto - Uma lagrima escorreu-me pelo rosto, apressei-me a limpa-la e a comecei a caminhar para o meu quarto, mas a Sabrina agarra-me pelo braço e abraca-me, abracei-me a ela com toda a minha força
S- Então? O que se passa?
T- Ele! O David! Ele beijou-me e depois fugiu sem dizer mais nada!
S- O que?! Mas porque?
T- Não sei, ele não me disse mais nada, limitou-se a ir embora...
Ela quebrou o abraço, pegou-me nas mãos e olhou-me nos olhos
S- Tu gostas dele?
Baixei a cara e mantive-me durante uns segundos em silêncio
T- Não sei, não te vou dizer que não, porque é mentira, mas não te vou dizer que sim, porque não sei...Quer dizer, eu gosto imenso de estar com ele, sinto-me segura, sinto-me contente, sinto-me bem, não sei explicar sabes? Quando ele me toca, quando sinto o cheiro dele, quando ele me olha nos olhos, sinto um arrepio por todo o corpo. Quando vou estar com ele ou perto dele fico ansiosa  e o meu coração bate rápido... Mas não posso dizer que o amo ou coisa parecida. Mas mesmo se gostasse, a atitude dele hoje esclareceu tudo. Mas olha, vou para o quarto... - Deslarguei-me dela e fui para o meu quarto, deitei-me na cama a pensar no que se tinha passado. 'Ou beijo muito mal ou então não sei...' Pensei para mim própria. Devido ao cansaço adormeci com o David na minha cabeça, só acordei com o som do meu telemóvel, olhei rapidamente para o visor com esperança que fosse o David, mas essa esperança rapidamente desapareceu quando vi 'Irmão a chamar'...
"- Fala... - Disse ainda com a voz meio ensonada
- Que se passa? Aconteceu alguma coisa?
- Não, acordaste-me só isso...
- Ah desculpa
- Deixa. Mas porque me ligas-te?
- Era para te perguntar se queres vir cá jantar...
- Ai Ricardo... Hoje não me apetece nada, ainda tenho uns trabalhos para fazer e não me apetece estar a sair de casa, desculpa
- Tatiana, tu não estás a fazer isto por eu ir pois não? - Senti um aperto no coração quando ele me perguntou isto. Não queria nada que ele fosse!
- Como é obvio, não! Não quero que vás, mas por amor de Deus, sou crescida o suficiente para saber que se é isso que queres é isso que vais fazer! E eu não tenho nada que ficar chateada! Para além do mais, sempre foi o que quiseste, portanto... Quer eu queira quer não, não tenho nada a ver com isso...
- Sabes que não é bem assim...
- Oh mano, então é como? Eu dizer-te que não quero que vás e tu não ires? Já se viu que não é assim... E não, não estou chateada nem coisa do genero
- Pequenita... Não fiques assim
- Adiante... Olha, vou ter que desligar, beijo. Eu amanha passo por ai está bom?
- Está bem... Beijo"
Desliguei a chamada, levantei-me fui à minha casa de banho, apanhei um cabelo num coque muito desajeitado no topo da cabeça, passei a cara por água e fui até à sala, onde estava a Sabrina, a Thaís, o Ruben e o Javi, lembrei-me logo do David... Cumprimentei-os e quando estava a virar costas para ir à cozinha a Sabrina chama-me

S- Tatiana, não ficas connosco?

T- Não levem a mal, mas não estou com disposição... Vou só buscar alguma coisa para comer e vou para o quarto, tenho também alguns trabalhos para fazer, portanto... Desculpem lá pessoal
Th- Mas o que se passa?
T- Nada, esquece
Th- Tatiana, para não te apetecer ficar aqui é porque se passa alguma coisa...
T- Já disse que não é nada e para esqueceres, irra!
Virei costas e segui para a cozinha, fiz uma sandes e pus um pouco de sumo num copo, pus tudo num tabuleiro e fui até ao quarto, ao passar pela sala a Thaís ainda me perguntou o que tinha, mas mais uma vez disse que não tinha nada. Não era que não confiasse nela, muito pelo contrario confio plenamente nela, mas estava lá o Ruben e o Javi e como era obvio não ia contar as coisas à frente deles... Pedi desculpa mais uma vez e segui até ao quarto, liguei o meu portátil e comecei a fazer um trabalho que o professor de português tinha mandado para daqui a duas semanas, ainda tinha tempo mas mesmo assim preferi começar já... Enquanto estava a fazer o trabalho, ia comendo. Sem dar conta pelo tempo passar, quando de por mim já eram dez e cinquenta e já tinha o trabalho todo feito, guardei o trabalho na minha pen e desliguei o computador, peguei numa lingerie e num pijama e fui tomar banho, depois de ter tomado banho, ter lavado os dentes e me ter vestido, peguei no prato e no copo e levei-os para a cozinha, ao passar pela sala reparei que elas se estavam a despedir dos rapazes, despedi-me também deles e segui o meu caminho até à cozinha... Lavei o prato e o copo e quando me estava a virar para sair da cozinha tinha a Thaís e a Sabrina à porta da cozinha com as mãos na cintura e a bater com o pé, provavelmente a Thaís já sabia o que se passava e ia ouvir daquelas as duas por ter ficado fechada no quarto, revirei os olhos e continuei a andar para a porta, mas elas "barraram-me" a saída
T- Então mas agora nem da minha cozinha posso sair?
Th- Não enquanto não nos explicares porque ficaste fechada no quarto
T- Simples; estava cansada e tinha trabalhos da escola para fazer
Th- Oh Tatiana.... Hoje não temos trabalhos nenhuns, só o de Português e esse é para ser entregue daqui a duas semanas
T- Então e eu já fiz o trabalho. Agora deixem-me lá passar que quero ir dormir
S- E vais continuar a fugir até quando?
T- O que? Está louca... Eu não estou a fugir de nada, apenas quero dormir
Th- Mandaste-lhe mensagem?
T- A quem? - Sabia perfeitamente a quem ela se estava a dirigir mas preferi fazer-me de desentendida
Th- Sabes bem a quem me estou a referir Tatiana... Ao David
T- Ai não, mas mesmo que se mandasse ele de a entender que não queria falar mais comigo depois do que se passou e fugiu a sete pés daqui de casa
S- Tu não sabes o motivo de ele ter reagido assim
T- Sim, deixa-me lá rir Thaís... Obvio que ele se arrependeu do que ambos fizemos, portanto pronto, assunto morto e encerrado
S- Acho que devias mandar-lhe uma mensagem a tentar esclarecer as coisas... Ficarem assim só vai servir para se deixarem de falar!
T- Se isso acontecer aconteceu
Th- Mas tu gostas dele? - Ainda pensei em mentir, mas ai elas iam saber que ia estar a mentir e não iam acreditar, ainda pensei também em fugir à conversa mas isso era pior e não me iam deixar em paz enquanto não contasse a verdade portanto, disse o que me ia no coração
T- Já respondi à Sabrina, ele não me é indiferente. Começo a gostar dele sim... Pronto, satisfeitas? Agora o assunto morreu e ficou encerrado aqui mesmo! E não sei se lhe vou mandar mensagem ou não, mas se mandar eu depois conto-vos... Agora antes de ir dormir, só uma pergunta, Sabi tu e o Javi sempre se entenderam?
S- Não... Não nos vamos entender, somos só amigos
Th- Acredita, ela está a dizer a verdade...
T- Okok. Vou dormir então. Amanha levas a Sabrina ou vens comigo?
S- Ela vai contigo, eu tenho que ir mais cedo...
T- Tá bom, até manha
Dei um beijo a casa uma e segui para o meu quarto, estava super cansada mas não conseguia dormir, o David continuava na minha cabeça, não parava de pensar no beijo e no porque de ele ter ido embora sem ter dito nada, ainda peguei no telemóvel para ver se tinha alguma mensagem dele mas nada, ainda fui às mensagens para lhe escrever alguma coisa mas nunca me saia nada, portanto pus o despertador e pousei o telemóvel... Tentei dormir mas não conseguia, andei às voltas e voltas na cama mas nada. Olhe para o relogio da minha parede e marcavam duas da manha, bufei levantei-me e fui à cozinha beber um copo de leite com esperança que me ajudasse mas não ajudou em nada. O David não me saia da cabeça, acabei por adormecer pelas três da manha...No dia seguinte acordei com o despertador às sete da manha, quase que mandei o telemóvel contra a parede para se desligar, acordei com um mau humor do pior e já sabia que por isso o dia ia-me correr super mal, geralmente quando estou com mau humor tenho tendencia para atrair as coisas más... Levantei-me e vesti-me, fui à cozinha e ela já estava lá com o pequeno almoço feito, cumprimentei-a e quando ela ia a falar
T- Não digas nada, estou com mau humor e já sabes como é quando isso acontece!
Ela não disse nada, limitou-se a rir... Seguimos para a escola e o dia correu-me super mal, os professores deram para mandar vir todos comigo, quase que mandei o professor de história para um sitio que eu cá sei, tive que passar a hora do almoço na biblioteca a fazer um trabalho extra para história porque o stor castigou-me por não estar atenta, depois à tarde tinha matemática e mais uma vez tive um trabalho extra! À saída da escola, apanhei um autocarro para a casa do meu irmão pois a Thaís ia mais uma vez ter com o Ruben, no autocarro decidi-me e mande uma mensagem ao David
"Mensagem para David:
David... Acho que precisamos de falar
Beijo"
Depois de mandar a mensagem, arrependi-me logo... O jantar na casa do meu irmão correu normalmente, sempre deu para me rir um pouco e distrair, mal cheguei a casa vesti o pijama e enfiei-me na cama, adormeci mais uma vez com o David na cabeça... Os dois dias seguintes foram semelhantes ao de terça, mas em vez de estar com mau-humor estava "desiludida", o David não me respondeu à mensagem e não me disse mais nada... Hoje é sexta e acordei à mesma hora de sempre e as aulas correram um pouco melhor, mal tocou para sair pus-me num autocarro e fui para casa, passei a tarde toda a estudar e a tratar do trabalho extra de matemática e outros trabalhos, por volta das seis a Sabrina e a Thaís arrancaram-me à força de casa para irmos jantar e sair um pouco à noite, tomei um banho e vesti-me



Vesti um vestido justo preto com um cinto castanho, uns saltos pretos, uma mala castanha e um casaco de cabedal castanho também... Jantamos num restaurante perto de nossa casa e depois fomos para a BCC, uma discoteca onde já eramos clientes assíduas. Quando lá chegamos dirigimos-nos para a parte VIP, achei demasiado estranho, nunca íamos para lá... E já agora, como é que elas conseguiram entrar?
T- O que raio estamos aqui a fazer? - Ela não me disse nada, só sorriu - Mas tu... - Não acabei a frase, pois vi quem menos queria ver naquele momento... - Por amor de Deus, vocês fizeram de proposito não fizeram?
S- Oh Tatiana... Tu tens que falar com ele!
T- E quem disse que eu já não o fiz? Quem disse que eu já não tentei faze-lo?! Pois é! É que eu já tentei mas ele não se dignou a responder... - Disse de uma forma um pouco bruta - Portanto não vou ficar aqui a fazer figura de otária! - Virei costas mas a Thaís agarrou-me no braço
Th- Vá lá! Fica aqui... Se não for por ele, pelo menos por mim e pela Sabrina que não te fizemos nada
T- Eu não vou ficar aqui a fazer figura de estupida...
Th- Não estás a fazer figura nenhuma. Estás-te a divertir com as tuas amigas... Por nós Tatiana - Estavam as duas a olhar-me com olhos de cachorrinho abandonado, revirei os olhos e respondi

Capitulo 8

Lançei a bola e fiz strike. Olhei para o David e mais uma vez desmanchei-me a rir com a expressao que ele fez. Continuamos o jogo entre muitas picardias e brincadeiras, no final eu ganhei. Tenho a noçao que ganhei só porque a primeira jogada do David saiu-lhe (bastante) mal, mas mesmo assim, continuei a gabar-me.
T- Vá, não é preciso ficares assim... Eu sei, eu sei, jogo bastante bem, mas epá! Não posso fazer nada contra isso
D- Sim, isso continue me zoando a cabeça! Que fique aqui esclarecido, 'cê só ganhou porque falhei a primeira jogada
T- Sim claro... Se quere continuar a viver na ilusão, o senhor é que sabe! - Ri-me com a cara dele - Mas olha, apetece-me um swirl!
D- Isso é o que?
T- É um gelado super delicioso da 'olá'. Vamos?
D- Vamo', vamo'... Quero provar esse gelado super delicioso!
T- Acredita que é!
Dirigimo-nos à Olá e pedimos ambos um swirl, o David escolheu as mesmas coisas que eu. No final, ele pagou, mais uma vez porque o raio da mulher se ficou a derreter com ele
T- Oh pelo amor da Santa! Mas será que as mulheres todas se derretem por ti? - Ri-me no final
D- Ué! Ninguém se derrete por mim...
T- Naoooo, que ideia!
D- Pois nao, olhe lá a moça... Tá inteira - Disse com ar de gozo
T- Olha, vai passear!
Sentamo-nos numa mesa mais escondida a acabar o resto do gelado, sim estavamos em pleno inverno e estavamos a comer um gelado, mas swirl é a minha prediçao, seja inverno ou verão! Depois de comermos os gelados, levantamo-nos com intuição de irmos embora, mas ficou só mesmo por ai visto que eu fiquei com outra vontade louca de comer um marry cupcake, pedi dois; um para mim e outro para o David. Mas ele não gostou muito portanto eu fiquei com o dele, continuamos caminho até ao carro dele comigo a deliciar-me com os meus cupcakes
D- Me diga, como é que você consegue ser tão gulosa?
T- Não assim tão gulosa... 
D- Não, só comeu um geladão e dois cupcakes
T- E então? Estava-me a apetecer... Mas que fique registado que só comi dois porque vossa excelencia é esquisita e não gostou!
D- Agora a culpa é minha?
T- Ora vez como sabes?
D- 'Cê é mesmo tola
T- Ahhh, não faz mal - Sorri
Já estavamos perto do carro dele, tiro o telemovel da mala e reparo que tenho montes chamadas não atendidas da Thaís, da Sabrina, do meu irmão e do Márcio. De seguida vi as horas e reparo que já são quase 20 horas. Esbugalhei os olhos e falei em voz alta
T- Ena pah! Sou uma rapariga morta quando chegar a casa! - Eu era assim, muitas vezes em vez de pensar para mim, pensava em voz alta
D- Ahm? Não entendi não...
T- Sou uma rapariga morta pela Thaís, pela Sabrina, pelo meu irmão e pelo meu primo! Não falo com elas dês de ontem à tarde, conhecendo-as como conheço, já foram preocupar o meu primo e o meu irmão. Ainda por cima saí disparada da casa do meu irmão...
D- 'Cê quer que a leve a casa?
T- Não, não... Deixa estar, já incomodei demasiado por hoje! Eu apanho um autocarro e estou lá rapidinho
D- Qual autocarro qual quê! Eu levo você a casa e pronto...
T- Mas queres ser teimoso com uma teimosa?
D- Não, por isso é que não se fala mais no assunto e eu levo você - Disse sorrindo
T- Ah pronto, está bem
Entramos no carro dele e levou-me até casa.
D- Bem... Está entregue...
T- É, parece que sim... - Despedimo-nos com dois beijos - Quando chegares a casa manda mensagem sim?
D- Eu mando, fique descansada - Sorriu-me, puxou-me para ele e voltou-me a dar-me um beijo, mas desta vez mesmo no canto da boca. Estremeci da cabeça aos pés quando senti os seus lábios perto dos meus, quando senti o seu cheiro perto de mim... Sorri-lhe e preparei-me para sair do carro - Tatiana?
T- Sim?
D- Não quero ver você triste sim?
T- Vou fazer os possiveis - Pisquei-lhe o olho e preparei-me para sair do carro, mas mais uma vez ele chamou-me, sorri - Sim?
D- Amanha, 'cê quer vir assistir ao treino?
T- Querer até quero... Mas tenho aulas
D- Ah... Tá bom
Sorri-lhe e saí do carro. Entrei no prédio e só depois é que ele arrancou, subi até ao meu andar e antes de por a chave na porta, respirei fundo porque já sabia que ia ser bombardeada com perguntas... Segui até à sala e a Thaís e a Sabrina estavam lá sentadas com cara de poucos amigos
T- Huum, que bom humor o vosso! - Tentei brincar com a situação, mas foi a pior coisa que podia ter feito
S- Mas tu achas alguma piada Tatiana?! É que sinceramente, nem eu, nem a Thaís nem o teu irmão achamos piada! A nós dês de ontem que não dizes nada, não respondes às mensagens nem atendes as chamadas! E para melhorar, o teu irmão liga-nos todo preocupado porque tu sais-te de casa dele disparada e não disses-te mais nada! Nós aqui todos preocupados contigo e tu ainda gozas com a situação?! Realmente deves achar muita piada nós estarmos preocupadas contigo! - Ela estava mesmo chateada comigo
T- Heey! Tem lá calma Sabrina... Peço imensa desculpa, mas não fiz por mal. Não andei atenta ao telemovel e como devem calcular depois do que o meu irmão fez, a minha paciencia para o telemovel era nula... E também tinha o telemovel no silêncio, desculpem
Th- Sim, agora pedes desculpa! Tatiana tivemos aqui nós a entrar em parafuso e tu sabe-se lá onde!
T- Mas eu estou aqui não estou? Estou bem e inteira... Porra, eu não fiz por mal! Mas também nunca pensei que vocês fossem ficar assim
S- E custava-te muito teres respondido às mensagens ou chamadas?
T- Aii! Eu já disse que tinha o telemovel no silêncio
Th- E diz-nos lá o que andas-te a fazer então...
T- Estive com o David...
S- Este tempo todo?!
T- Quase todo...
Th- A fazer o que?
T- Credo, quem vir o vosso entusiasmo pensa que a minha vida é alguma coisa do outro mundo...
S- Vá, diz lá!
T- Então, não estavam chateadas comigo?
Th- Oh Tatiana! Diz lá o que é que andaram a fazer...
Gargalhei com o entusiasmo delas...
T- Bem então... - Contei-lhes tudo o que se tinha passado, dês do jantar, da minha queda e de como ele cuidou de mim, de termos ficado a ver o filme, de termos dormido juntos, de quando lhe falei da minha familia, de termos ido almoçar juntos, de lhe ter ligado quando soube do meu irmão, de termos estado a jogar bowlling e depois de ele me ter trazido a casa - E foi isso... - Suspirei e pus um sorriso estupido na cara
S- Ai que estás a ficar apanhadinha!
T- Qual apanhadinha qual quê!
Th- Vais dizer que não?
T- Oh... Sei lá, sim... Não... Não sei. Mas e agora falem-me de vocês! Como vão as coisas com o Ruben - Olhando para a Thaís - E as coisas com o Javi - Olhando para a Sabrina
S- Pois... Isso
T- Isso? O que se passou?
S- Não vai haver nada entre mim e o Javi... - Disse com uma voz tristinha
T- Não?! Porque? - Pergunte surpreendida
S- É que... Eu vou viver para Londres
T- TU VAIS O QUE?! - Elevei um pouco a voz com o choque
S- Recebi um convite de uma academia de lá... Num dos espetaculos que fiz lá no Algarve, estava lá um olheiro de uma escola de lá e gostou muito de mim, e quando soube que eu estava cá no conservatório ele fez-me o convite para ir estudar lá e começar carreira lá. E eu aceitei...
T- Mas... Tu ainda agora acabas-te de te mudar para Lisboa Sabi...
S- Sim, eu sei. Mas tu sabes que sempre foi o meu sonho, não posso deitar tudo a perder
T- Mas e o Javi?
S- O Javi ficou contente por mim... Somos completamente diferentes, é complicado. Não sei, ficamos só amigos e eu vou para Londres.
T- Vais quando?
S- Já no final desta semana...
T- Já Sabi?! - Fiquei triste com a partida dela e ainda por cima por ser tão rápido... Ia-me fazer tanta falta!
S- Sim... Mas e prometo que vos venho visitar! Nunca vos vou esquecer
Th- Credo, quem te ouvir falar, até parece que nunca mais voltas!
S- Oh... Pode haver essa hipótese... Mas vocês sabem que sempre foi o que eu quis. Ser violinista profissional! E disse-me que se me desse bem nas aulas podia fazer parte de uma orquestra bastante conhecida...
T- Ai Sabi!! Vamos ter tantas saudades tuas meu amor! - Eu e a Thaís abraçamo-nos a elas, entretanto fui encomendar pizzas e enquanto estavamos à espera das pizzas perguntei pelo Ruben à Thaís - E Dona Thaís... Diga-me lá como vão as coisas com o Ruben? Já sei que ele a convidou para um almoço hoje!
Th- Olha, nem sei... Depois de almoçarmos, ele veio trazer-me e pronto... Beijamo-nos
T- Cala-teeeeee! E agora?
Th- Então... Agora amanha quando sair da escola vou ter com ele
T- Ah muito me contas tu!
Th- Estou tão contente!
T-E depois eu é que estou a ficar apanhadinha!
S- Ela pelo menos admite que está Tati!
T- Ai cruzes! Não me chames isso mulher! Eu não admito porque nem eu sei o que se passa...
As pizzas chegaram, comemos entre muita conversa... A conversa entre rapazes acabou ali e começamos a falar sobre o nosso passado, a recordar os velhos tempos! Já se fazia tarde por isso, fui-me deitar. Tomei um banho, vesti o pijama e dentei-me na cama, só depois é que me lembrei do telemovel. Levantei-me e tirei-o da mala, tinha uma mensagem do David
"Mensagem de David Luiz:
Chegei a casa inteirinho :)
E você? Sempre é uma rapariga morta? :b Espero bem que não...
Adorei o dia de ontem e o dia de hoje :$
Beijão"
Apesar de já ser tarde, decidi responder à mensagem
"Mensagem para David Luiz:
Desculpa só responder agora, mas estive à conversa com as raparigas e nem tive tempo para ver o telemovel...
Fui uma rapariga morta por uns momentos, mas depois lá me desculparam :b
Eu também adorei $: E obrigada :')
Beijo"
Assim que enviei a mensagem, tirei o meu telemovel do silêncio e pus na vibraçao... Pus o alarme pois amanha tinha aulas. Assim que pousei o telemovel na mesa de cabeçeira, adormeci logo. No dia a seguir acordei com o som do meu despertador, levantei-me e fui tomar banho e depois vesti-me, pus as coisas da escola dentro da mala

E fui até à cozinha onde já só se encontrava a Thaís, cumprimentei-a e sentei-me a comer

T- Então? A Sabrina?

Th- Já foi andando para a escola...

T- Ah, está bem... Olha, hoje sempre vais ter com o Ruben depois das aulas?

Th- Em principio sim, porque?

T- Oh... Não me apetecia nada vir logo para casa e a Sabrina só sai às sete...

Th- Porque não vens comigo?

Ri-me

T- Sim, já agora dá-me lá uma velinha. Deixa estar amor, eu cá me arranjo

Th- Oh não sejas parva!

T- Eu é que sou parva?

Th- Tens que admitir que sim..

T- Cala-te e anda que senão chegamos atrasadas!

Pegamos nas nossas malas e fomos para a escola. Já estavamos na ultima aula; Psicologia e eu estava a entrar em decadência total! Estava a fazer rabiscos no meu caderno até que sinto o meu telemovel vibrar, discretamente tirei o telemovel do casaco e vi a mensagem, sorri feita estupida quando vi que a mensagem era do David a perguntar se iria fazer alguma coisa à tarde, continuamos por mais alguns minutos nas mensagens e ficou combinado ele passar a tarde em minha casa numa sessão de cinema visto que não tinha nada para fazer e que não me apetecia sair... Finalmente tocou, estava a arrumar as minhas coisas quando a Thaís encafua tudo para dentro da minha mala e puxa-me pelo braço

T- Hey rapariga!! Tem lá calma com a tua vida, o rapaz não foge - Disse-me rindo. Ela estava mesmo nervosa

Th- Está calada!

Ri-me, ela levou-me a casa sem dizer uma unica palavra. Notavasse que ela estava super nervosa, ainda tentei acalma-la mas ela não me respondia... Quando chegamos despedi-me dela

T- Tem calma... Vai correr tudo bem vais ver! Não tenhas medo. Love you!

Sai do carro a rir-me por causa dela... Quando cheguei a casa, tirei o casaco, o cachecol e as botas ficando só de meias - adorava andar descalça em casa - pousei a mala no meu quarto e fui para a cozinha tratar do meu almoço, depois de a comer arrumei a cozinha e lavei o meu prato, fui para a sala, tirei os meus oculos da mala e li um pouco o livro que estava a ler 'Laços que Perduram' de Nicholas Sparks. Não sei quando tempo estive a ler, mas quando dei conta já estavam a tocar à campainha, olhei para o meu relógio de pulso e vi que já eram três e meia, devia ser o David. Fui abrir a porta e passado um pouco o David já estava à porta de minha casa, ele olhou para mim chocado

T- Ena pah! Sei que não sou uma pessoa propriamente bonita, mas podias disfarçar um pouco não? - gozei com ele. Ele cumprimentou-me e depois falou

D- Não é isso não... 'Cê é linda! Mas 'cê usa óculos - Bolas! Raio dos oculos! Esqueci-me de os tirar. Pensei para mim, apressei-me a tirar os oculos

T- Oh, sim...

D- Porque os tirou?

T- Porque odeio que as pessoas me vejam de oculos... Ficam-me super mal! Só os uso mesmo para ler, estar ao computador, ver tv, coisas assim... Se bem que por não os usar o oftalmologista já disse que podia ter que usar a toda a hora

D- Não seja boba! 'Cê fica linda com ou sem oculos! - Acho que corei por tudo quanto é sitio. Portanto baixei a cara e falei

T- Bem acho que é melhor entrarmos... Ainda alguem te vê à porta. - Entramos - Podes ficar à vontade, vou só preparar as pipocas, os filmes estão no armário da televisão escolhe o que preferires - Sorri-lhe e fui para a cozinha preparar as pipocas. Depois de as pipocas estarem feitas, fui para a sala e o David ainda estava entre os filmes, gargalhei - Mas tu ainda estás de volta dos filmes? - Ele coçou os caracois

D- É... Sabe, não sou muito bom escolhendo filmes - Sorriu, sorri-lhe também, pousei as pipocas em cima da mesa da sala e sentei-me ao lado dele com as pernas à chines

T- Bem... Sabes, eu também não - Rimos - Mas olha, este aqui - Apontei para um filme de terror - A Thaís e a Sabrina andavam-me a chatear a cabeça para o ver... O que achas?

D- Por mim, pode ser - Sorriu, guardamos os filmes de volta no armário e sentamo-nos no sofá, sentei-me mais uma vez com as pernas à chines e encostei a cabeça ao ombro do David, as pipocas ficaram nas pernas dele. Pusemos o filme a dar e apesar do filme ser de terror, eu só me ria e falava com a televisão. O David só se ria mas era com as minhas figuras

T- Olha lá, podes parar de gozar comigo?

D- 'Cê é engraçada - Riu-se - Fica ai falando com um filme. Fica rindo do que aconteçe no filme, ainda por cima é de terror... Não era suposto estar com medo e tapar os olhos em certas partes?

T- Se era suposto ou não, não faço a menor ideia... Mas o que é que queres? Mete-me piada... - Olhei para o filme e depois olhei para ele - Olha, por exemplo agora, ela ouviu um barulho e feita estupida ainda vai ver que barulho foi aquele. Se fosse comigo, fugia a sete pés do raio da casa e nunca mais lá voltava. - Ele deu uma gargalhada e focou o seu olhar no meu, queria desviar o meu olhar do dele, mas algo me impedia de o fazer. Os seus olhos eram lindos, os caracois desalinhados tornavam-o ainda mais irresistivel e os seus sinais tornavam a sua cara ainda mais perfeita... Os nossos rostos iam-se aproximando cada vez mais e mais, começei a sentir o seu hálito fresco junto da minha cara e o meu coração estava a mil

E agora? Será que se beijam? Ou não?

Capitulo 7

Desculpem a demora a postar... Mas como já disse, estou sem computador o que impede de postar, ou responder a comentários! Mas agora acho que vou passar a postar mais frequentemente, pois tenho o portatil da minha mãe. Também a minha época de testes vai começar (novamente) e vou ter que me aplicar bastante pois as notas dos primeiros testes não foram, sem duvida, as melhores... Beijos Tatiana. :)

Ps: Pode ser que hoje poste ainda mais um :) Se não for hoje, será amanha...

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Tinha acabado de fazer o exame e seguimos para a escola de condução. Estive algum tempo à espera, não sei quanto tempo foi, mas sei que me pareceu uma eternidade, estava super nervosa! Não sabia dizer se o exame me tinha corrido bem ou mal, mas tinha imenso medo de que as coisas corressem mal! Estava sentada num canto da sala de espera a 'brincar' com o telemóvel... Quando vejo o meu instrutor a dirigir-se a mim, vinha com uma cara de poucos a amigos 'Pronto, só fazes porcaria Tatiana Alexandra! Nem o raio da carta consegues tirar.' pensei para os meus botões. Mas quando chega a mim, estica a mão com um pequeno cartão com um grande sorriso. Olhei para ele, para a mão, para ele, para a mão e por fim para ele outra vez. Pus um sorriso enorme, dei um pulinho e abracei o Cláudio - o meu instrutor, tínhamo-nos tornado uns bons amigos -
T- Ahh! Obrigada Claudio! A sério!
C- Não me agradeças miúda. O mérito foi todo teu! Saíste-te mesmo muito bem. Vá, pega e põe-te a andar daqui para fora! Depois liga-me a dizer como foi estrear o teu carrinho novo está bem?
T- Sim, está descansado que ligo - Pisquei-lhe o olho, peguei na carta e saí do edifício.
Estava super contente! Primeiro que tudo, liguei ao meu irmão a dar-lhe a nova noticia. Como tinha prometido, ele seria o primeiro a saber. Ele ficou contente por mim e depois disse que tinha que falar comigo, era urgente. Ainda tentei saber o que era, mas ele preferiu que fosse até casa dele... Assim o fiz, apanhei um autocarro e meti-me em casa dele poucos minutos depois... Assim que cheguei, toquei à campainha, ele abriu e subi. À porta estava a Raquel com olhos de choro, fiquei logo preocupada, apressei-me a juntar-me na sala com eles os dois...
R- Preciso de falar contigo...
T- Ai, desembucha logo! Estou a ficar preocupada já!
R- Tatiana... Tu sabes que eu sempre disse que gostava de ir para fora
T- Sim, sempre disseste que gostavas de ir fazer uma viajem pelo mundo...
R- Não estás a perceber...
De repente instalou-se um silêncio incomodativo. Pensei melhor no que ele dissera e só passado um pouco é que entendi o verdadeiro significado daquela frase. Tremi toda, abracei-me a ele e desatei a chorar como uma criança
T- Não! Não! Não! - Pedia desesperadamente - Tu prometeste-me! Tu disseste que nunca irias para fora! Por favor! Não! - disse a arrastar a voz
R- Pequena... Não fiques assim! Eu sei o que te disse, mas tu sabes que eu sempre quis ir para fora! São só 6 meses, vais ver que passa num instante! E é uma grande oportunidade
T- Mas não! Não são só 6 meses! Vai custar sabendo que vais estar onde vais estar! Não é seguro para ti... Por favor, não vás!
R- Pequenina, já tomei a minha decisão... Já está tudo pronto... Não fiques assim, por favor!
T- Vais quando?
R- Daqui a duas semanas...
Fiquei  agarrada a ele durante mais algum tempo. Não conseguia estar ali, precisava de apanhar ar... Era demasiado! Custava-me imenso. Pensar que ele... Não, prefiro nem pensar! Tenho medo! Pedi desculpa e sai de casa dele a correr. Não sabia para onde ir, estava a desesperar, precisava de estar com alguém mas ao mesmo tempo com ninguém... Apanhei uma camioneta para Belém, gostava de ir para lá quando tinha que pensar... Pensei em ligar à Thais, à Sabrina, ao Diogo ou ao Márcio, mas não conseguia. Passei pelo número do David e sem pensar duas vezes carreguei na tecla para chamar
"- Tatiana? Então vamo' ter mais uma mulher na estrada? - perguntou em tom brincalhão.
- David... Estás ocupado?
-  Que voz é essa? 'Cê tá bem?
- Estás ou não ocupado?
- Não, saí do treino agora...
- Tens alguma coisa combinada?
- Tenho...
- Então esquece... Desculpa incomodar
- Não! Não desliga. Tenho coisas combinadas mas é com você para me explicar o que tem... - Dei um pequeno sorriso - 'Cê tá onde?
- Torre de Belém...
- Vou ter com você 'tá bom?
- Não! Não quero incomodar...
- Não seja tola... Vou já para ai, beijo!
- Até já..."
Desliguei a chamada, não sei porque mas não me arrependi de lhe ter ligado! Sabia-me bem falar com ele, apesar de o conhecer à poucos dias, ele era um amigo! Eu estava sentada na relva com as pernas à chinês com os braços apoiados nas pernas e as mãos na cara, continuava a chorar. Apesar de estar a morrer de frio, deixei-me ficar ali... Senti uns braços quentes a abraçarem-me por trás, não precisei de me virar para trás para ver quem era, pelo cheiro só podia ser uma pessoa: o David.
D- 'Cê tá gelada! - Encolhi os ombros, ele levantou-se, pôs-se à minha frente pegou na minha cara limpou-me as lágrimas e abraçou-me - 'Cê quer falar?
T- Não. Agora não... Fica só aqui comigo - abracei-o com mais força
Ficamos ali durante algum tempo, estávamos agora sentados lado a lado, o seu braço rodeava a minha cintura e a minha cabeça estava pousada no seu ombro... Comecei a tremer de frio
D- Anda, vem. 'Cê não pode ficar mais aqui ao frio, você tá gelada.
Ele estava levantado com a sua mão esticada para eu a agarrar. Assim o fiz, agarrou-me a mão com força como que estivesse a dizer 'força, eu estou aqui'. Continuamos de mãos dadas até ao seu carro e só a separamos quando ele me abriu a porta para entrar no seu carro... Seguimos o caminho, para não sei onde, em silêncio. Apesar de eu já não chorar, continuava sem me apetecer falar. Comecei-me a aperceber para onde estávamos a ir, estávamos a ir para sua casa. Quando chegamos à casa dele, ele disse-me para ir andando para a sala que já voltava, fui para a sala e sentei-me no sofá a olhar para a grande janela que ele tinha na sala... O tempo estava escuro, as nuvens carregadas de água e apesar de ainda não ser de noite o sol já há muito que tinha desaparecido. Limitei-me a olhar aquela vista e a pensar... Não queria que o meu irmão fosse para fora, não queria perde-lo, não queria estar longe dele, não queria ter que estar com o coração nas mãos todos os dias, não queria ter medo de a qualquer momento receber a pior noticia... Simplesmente não queria! Fui interrompida com a voz do David
D- Tome... - Disse estendendo uma caneca de chocolate quente
T- Obrigada - Agarrei na caneca com as minhas duas mãos para as aquecer. Passado algum tempo em silêncio eu comecei a falar - O meu irmão... Ele vai-se embora
D- Embora? Mas ele pode sempre voltar, podem sempre falar todos os dias...
T- Não... Nós não vamos poder falar
D- Claro que podem... Tem a net, os celulares, tanta maneira...
T- Não estás a perceber
D- (coçando os caracóis) - É, acho que não
T- Lembras-te de te ter dito que ele é militar?
D- Claro que lembro
T- Então...
Ele ficou uns momentos calado com cara de pensativo, só passado um pouco é que se deve ter apercebido que o meu "para fora" significava ir para a guerra
D- Ahhhhhhhhh! Vem cá... - Aproximou-se de mim e envolveu-me num abraço quente e reconfortante; tudo o que naquele momento eu precisava - senti-me bem com o abraço dele, mas ao mesmo tempo foi o suficiente para as lágrimas dominarem de novo o meu rosto... O David ia-me afagando o cabelo, passado um pouco, já estava mais calma e já não chorava, mas continuava envolvida no seu abraço quente e reconfortante, que só foi interrompido com o som do meu telemóvel a tocar, desprendemo-nos um do outro e tirei o telemóvel da mala, "mãe a chamar" vi no visor, limpei as lágrimas do meu rosto, respirei fundo e atendi
"-Sim? Diga mãe...
-É para avisar a menina que já pus o dinheiro na sua conta.
-Mãe... Sabe, eu estive a pensar e... Eu não sei se quero mesmo a sua ajuda e do pai
-Oh filha. Não diga disparates... É obvio que eu e o pai vamos-lhe dar o dinheiro, alias já o demos...Portanto não digas parvoíces... Vá agora a mãe tem que desligar porque vai arranjar o cabelo...
-Mas..."
Puff! Tarde de mais, já tinha desligado a porra do telemóvel! Era incrível como a minha mãe só falou do dinheiro, nem sequer se deu ao trabalho de perguntar se tinha passado no exame ou não... Bufei, pus o telemóvel de volta na mala e sentei-me novamente no sofá. Peguei na caneca de chocolate quente e bebi um gole.
T- Desculpa... - disse muito baixo para de seguida dar mais um golo na caneca.
D- Esta pedindo desculpa porque?
T- Por te estar a fazer perder o teu tempo com os meus problemas parvos... Por te ter ligado... Por teres que levar com as minhas crises de choro... Sei lá...
D- Não seja boba! Se eu fui ter com você, foi porque quis! Não porque fui obrigado... E fiquei contente por ter confiado em mim para estar ao seu lado - Disse com um sorriso absolutamente lindo e com sinceridade
T- Oh... Mas estraguei a tua tarde!
D- Não muleque, 'cê a melhorou! - senti-me a corar por todos lados
T- Sabes o que me está mesmo, mas mesmo a apetecer?
D- Não... Mas acho que tenho medo
T- Parvo! - Sorri - Não é nada de mal... Mas apetece-me jogar bowling... - Disse fazendo beicinho
D- Então vamo' nessa garota!
T- Obrigadaaa
Sorri, acabamos de beber o chocolate quente entre alguma conversa e seguimos para o Colombo.
D-' Cê tá melhor?
T- Oh... É complicado, tenho medo sabes? Medo que alguma coisa lhe aconteça, medo que ele... Tu sabes... Mas não posso pensar o pior, só me vai fazer mal, tenho que pensar positivo, se é que há alguma coisa a pensar positivo, mas pronto... Obrigada por estares ao meu lado, obrigada por me aturares e limpares as lágrimas e obrigada por me fazeres sentir melhor - Fui o mais sincera que pude nas minhas palavras! A verdade é que me sentia estranhamente bem ao lado do David. Vi-o com um sorriso lindo na cara, o que me fez sorrir também
D- Mas você não pode pensar que algo de mal lhe vai acontecer, porque pode não acontecer... Pense que ele vai defender o seu país, vai ser um orgulho para você... E não tem que agradecer não, fico feliz por você contar comigo! E sempre que precisar, eu vou estar do seu lado
T- Obrigada...
Quando chegamos ao Colombo, fomos para a FunCenter, dirigimo-nos para o sitio onde se joga bowling, após uma breve discussão para ver quem pagava no final cada um pagou a sua parte, pedimos os ténis calçamo-nos e começamos a jogar, o primeiro era o David
D- E ai! 'Cê tá pronta para perder? - Disse erguendo a bola no ar, eu ri-me
T- Sim claro David... Eu perder? Talvez em sonhos. Mas aviso que é melhor acordar para a realidade, realidade essa que é comigo a ganhar - Disse muito convencida
D- 'Tá muito confiante você
T-É sabes... Aprendi com um certo jogador de futebol, de um clube que dão pelo nome de Benfica, que enverga a camisola numero... Ai qual é mesmo o numero... - Fingi-me de pensativa - Ahhh, 23! Isso mesmo, um tal David Luiz! - Pus-lhe a língua de fora e ele riu-se
D- Muito engraçadinha você? Também aprendeu comigo? - Rimo-nos os dois - Mas bem, depois no final conversamos melhor, agora veja e aprenda com o melhor
Lançou a bola muito confiante de si próprio, mas saiu-lhe o tiro pela culatra que a bola foi para fora. Desmanchei-me a rir quando a bola saiu, ele cruzou os braços e sentou-se. Cheguei-me ao pé dele, pus-lhe uma mão no ombro e gozei
T- Sim, realmente, és o melhor mesmo... - Disse entre gargalhadas

Como será o resto da tarde?