Capitulo 6

No capitulo 5 pus duas maneiras de narração, uma com o narrador a falar e outra já com a Tatiana ou o David a falarem. Peço desculpa por isso... Mas a partir de agora, vou por entre parêntesis quem é que está a narrar a história.
Nos capítulos anteriores tenho posto também no inicio das falas o nome todo das personagens... Mas a partir de agora vou só por a inicial. Visto que, Thaís e a Tatiana começam pela letra T; Thaís fica com 'TH' e Tatiana fica só com um 'T'

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(TATIANA)
Quando acordei, não pude evitar sorrir. Apesar de ontem à noite estar cheia de sono, a verdade é que quando disse ao David para também dormir na cama, não foi por impulso foi mesmo porque queria. Sabia tão bem ter ele perto de mim, sabia tão bem respirar o mesmo ar que ele, sabia tão bem sentir o seu cheiro perto do meu, sentia-me bem perto dele, sentia-me como já à algum tempo não me sentia... Mas a verdade é que começo a não saber explicar o que sinto quando estou perto dele, o que incomoda um pouco... Encontrava-me com a minha mão e a minha cabeça no seu peito e o seu braço estava a rodear a minha cintura. Tentei-me desprender dele sem o acordar, quando o fiz fui até à casa de banho, dei um jeito ao cabelo e tirei a escova de dentes que tinha na mala (sim, ando sempre com uma escova de dentes atrás) e lavei os dentes. Depois, fui até à cozinha e apesar de não saber onde estavam as coisas, fiz o pequeno-almoço, a muito custo lá ia encontrando o que precisava...
D- Huum, isso tudo para mim? - Estava tão empenhada no que estava a fazer que nem dei pela chegada dele
T- Credo David! Que susto! - Ele riu-se - Não mete piada nenhuma! Aqui uma pessoa a fazer o pequeno-almoço para ti e tu fazes coisas dessas? Agora como só eu
D- Ué! Assim não! - Chegou-se perto de mim e deu-me um beijo demorado na bochecha, estremeci toda quando ele me tocou - Pronto, assim tá melhor?
T- Não! Não vais lá com beijinhos...
D- Então vou lá como?
T- Lá isso tens que descobrir sozinho...
Pegou em mim, levou-me até à sala e pousou-me no sofá. Começou-me a fazer cócegas, o meu ponto fraco, eu contorcia-me toda com as cócegas e já não podia mais de tanto rir
T- Pára David! A sério! - Disse entre gargalhadas - Pronto, pronto! O pequeno-almoço fica para os dois! Mas por favor agora pára!!!
Ele sorriu vitorioso
D- Viu? Sei sempre como ganhar
T- É, sabes sabes! Tens sorte que o meu ponto fraco são as cócegas... Porque senão, não ias lá!
D- Pois, pois... Ia lá com o meu charme
Comecei a rir feita louca com o que ele disse e com a forma que ele disse
T- Sim, claro! Chama-lhe de charme chama... Mas vá, anda lá que eu tenho fome e tenho que ir embora.
D- 'Cê vai já?
T- Tenho que ir... Tenho o exame de condução logo à tarde, almoço no Colombo e vou directa para a escola de condução.
D- Porque você não almoça comigo e depois eu levo você?
T- Não, deixa estar... Não quero incomodar mais do que já incomodei
D- Mas você não incomoda... E se eu perguntei é porque quero estar com você
'quero estar com você' como essas palavras tiveram impacto em mim...
T- Sendo assim, está bem... Mas ainda tenho que passar em casa para mudar de roupa
D- Então tomamos o pequeno-almoço, eu levo você a casa para você se mudar e depois vamos almoçar no Colombo e depois levo você. Tá bom?
T- Tá bom - Disse imitando o sotaque dele - Agora espera que vou acabar de fazer o pequeno-almoço...
D- Qé isso? Eu ajudo você
T- Então vamos...
Fomos os dois para a cozinha e acabamos de preparar o pequeno-almoço, assim que o fizemos pusemos tudo na mesa e comemos entre muita conversa e brincadeira...
D- Agora falando sério... Me fale sobre você, lá no restaurante só falei eu. Agora é a sua vez.
T- Sobre mim? - Ele acenou que sim com a cabeça - Então, fiz 18 anos naquele dia em que nos conhecemos... Não sou natural de Lisboa, sou do Algarve. Sempre vivi lá, só passava cá férias, mas sempre gostei de Lisboa! É completamente diferente do Algarve, o Algarve é calmo e Lisboa não, é tudo muito caótico! Coisa que eu gosto... Estou a morar aqui em Lisboa à duas semanas coisa parecida, moro com a Thaís e a Sabrina, que são as minhas melhores amigas. Estava a fazer o meu 12 ano no Algarve, mas pedi transferência e vim para cá com elas... Quando acabar o 12 ano quero ir para a escola superior de teatro e cinema. Sempre gostei de teatro e essas coisas todas, é um mundo que me fascina imenso! Estou à procura de emprego... E pronto, nada de mais sobre a minha vida...
D- Suas amigas não são Portuguesas pois não?
T- Não, elas são Brasileiras... A Thaís veio cá para Portugal com 7 anos e a Sabrina com 4
D- E sua família?
T- Isso... - Fiz uma breve pausa e respirei fundo. Quando ia para falar o David interrompe-me
D- Se não quiser falar, não faz mal
T- Não... Eu falo - Respirei fundo mais uma vez - Eu não falo muito com os meus pais, aliás eles fazem questão de não falar muito comigo... Os meus pais são pessoas com poses, têm vários hotéis espalhados por Portugal e estão a expandir-se para o estrangeiro. Nunca foram pais presentes, muito pelo contrário sempre foram bastante ausentes... Nunca me dei bem com eles, porque eles têm a mania das grandezas e são pessoas snobs, eu não. Eu não gosto de dar nas vistas, gosto de estar sossegada no meu canto, gosto de coisas simples, sei que uma nota não é apenas papel... Gosto de dar valor a pequenas coisas! E eles não... E o facto de ser independente também nunca ajudou na nossa relação. E para piorar eles nunca aceitaram o facto de eu querer vir viver para Lisboa, nem eu querer ser actriz. Eles sempre quiseram que eu fosse advogada ou médica, dizem que o ramo do teatro ou da televisão não leva a lado nenhum... Eu sei que não leva, mas é o que quero fazer, é o que quero ser. Nem que para isso tenha que deixar a minha vida para trás. Mas tirando a má relação que tenho com os meus pais, dou-me bastante bem com o meu irmão, é como se fosse um pai e uma mãe ao mesmo tempo...
D- Seu irmão vive cá em Lisboa?
T- Sim, já há dois anos... Quando ele veio, eu era para vir com ele, porque ele não me queria deixar com os meus pais. Mas os meus pais não deixaram, tiveram uma grande discussão e a partir desse dia o meu pai não fala com o meu irmão. A minha mãe bem tenta juntá-los, mas não vale a pena...
D- 'Cê sentiu saudades do seu irmão quando não esteve com ele?
T- Se senti? Credo David... Dizer que senti saudades foi pouco! Ele fazia-me tanta falta que nem consegues imaginar. Eu já não o tinha do meu lado, para me apoiar, para me defender, para fazer de pai e de mãe quando os nossos pais se iam embora ou mesmo quando eles estavam cá, para me fazer rir, para me fazer ver que o mundo não é só preto nem branco... Quando ele foi embora, os meus dias eram passados a discutir ou com a minha mãe, ou com o meu pai, ou com os dois... Era complicado, mas ele sempre esteve do meu lado mesmo estando longe!
D- Porque ele veio para Lisboa?
T- Ele é militar... Fez a recruta lá no Algarve, mas depois foi colocado cá em Lisboa e veio para cá morar com a namorada dele. Mas mesmo que se ele não seguisse a carreira militar, ele iria sair de casa à mesma.
Parei de falar e continuei a comer... Instalou-se um clima estranho, eu não tinha nada mais para dizer e pelos vistos o David também não...
D- Desculpe...
T- Não tens que pedir, falei porque quis... Mas sabes, tens sorte em ter a família que tens
D- É... Agradeço todos os dias a Deus por me ter dado a família que me deu...
T- Pois...
Continuamos à conversa, depois de muita insistência minha o David foi-se vestir enquanto eu arrumava a cozinha. Arrumei o que tinha desarrumado e lavei a loiça do pequeno-almoço... Fui para a sala e sentei-me no sofá a olhar para a janela que ele tinha na sala, fiquei a pensar em tudo até que o David entra na sala
T- David, posso só levar a tua roupa e depois dou-ta?
D- Sim, esteja à vontade
T- Vou é parecer uma maluquinha, fato de treino com salto alto
Rimos os dois
D- Eu posso emprestar uns ténis p'ra você
T- Sim claro David! Ai é que parecia uma maluquinha autêntica! Com um fato de treino que me fica a boiar e com uns ténis muito maiores que os meus pés - Voltamos a rir os dois
D- Era capaz de ficar bonitinha até
T- Uhhh, de morrer! Mas vamos lá...
Calcei-me, peguei no saco com o meu vestido e descemos, não foi preciso dizer-lhe o caminho para minha casa porque ele já sabia, portanto o caminho foi feito entre muita conversa... Quando chegamos, perguntei ao David se ele queria subir, visto que ainda tinha que tomar banho, ele disse que sim e subimos. Mostrei-lhe a casa e disse que podia fazer como se estivesse na sua casa... Fui até ao meu quarto, escolhi uma roupa interior e fui até à minha casa de banho, tomei um duche rápido, sequei o cabelo e voltei ao meu quarto para escolher a roupa

Vesti uma coisa simples; um camisolão cinzento com umas letras, umas calças cor-de-rosa, uma mala cinzenta e uns merrel... Saí do quarto e fui até à sala, onde estava o David com uma moldura minha com os meus pais e o meu irmão, aproximei-me dele e falei
T- São os meus pais e o meu irmão...
D- 'Cê é parecida com a sua mãe. Me desculpe sei que não devia ter mexido
T- Há quem diga que sou com o meu pai... Não tens que pedir desculpa
D- Não seu irmão é que é igualzinho ao seu pai.
T- Sim, também acho... Mas olha, fiz-te esperar muito?
D- Não, até foi bem rápida para uma mulher
T- Tenho os meus record's - Disse muito convencida o que fez o David rir - Mas bem, vamos?
D- Você é que manda!
Peguei na minha mala, e saímos da minha casa... Já a sair do prédio perguntei ao David:
T- Oh David... Sabes se a Thaís está com o Ruben e a Sabrina com o Javi?
D- Sei que o manz convidou a Thaís para almoçar com ele. Agora o Javi não sei não...
T- Ahhh, muito têm para me contar aquelas duas
D- Sabe, o manz tá ficando amarradão na Thaís! Depois daquela noite no restaurante, ele passou os dias com mau humor por causa da Thaís não lhe responder aos torpedos nem às chamadas! E o Javi andava a desesperar à espera de um dia voltar a ver a Sabrina
T- Eram eles e elas... - Rimos os dois
Entramos no carro e fomos até ao Colombo, fomos até um restaurante e sentamo-nos numa mesa mais escondida e felizmente o David conseguiu passar despercebido. No final, mais uma vez houve uma pequena 'discussão' para ver quem pagava ou não
T- Não! Desta vez pago eu e ponto final. Não te esqueças que e passo a citar ' para a próxima pago eu'. Portanto, estamos na próxima e agora pago eu. E calou porque eu vou mesmo pagar e tu não vais reclamar.
Levantei-me da mesa sem lhe dar oportunidade de dizer alguma coisa e dirigi-me até ao balcão para pagar. Paguei e já tinha o David atrás de mim a azucrinar-me a cabeça
D- 'Cê é sempre assim?
T- Sim, portanto tens que te habituar
'Habituar? Mas habituar? Mas há alguma coisa para ele se habituar Tatiana Alexandra?! Tá doida a rapariga só pode... Tá lá calada que é o que fazes melhor!'
D- Esteja descansada que me habituo muito bem
Sorri-lhe e continuamos a andar. Ele fez questão de me deixar mesmo à porta da escola de condução apesar de eu dizer que não era preciso
T- Bem... Vou andando
D- Boa sorte e me diga se ficou ou não com a carta tá bom?
T- Sim, eu depois ligo-te ou mando mensagem
Ia a sair do carro quando ele me chama
D- Hey, 'cê pensa que vai onde?
T- Então... Fazer o meu exame de condução? Talvez?
D- Vem cá
Fiz o que ele disse e cheguei-me mais perto dele e ele deu-me um beijo bem no canto da boca. Estremeci quando senti os lábios dele embaterem contra a minha pele e o meu coração acelarou. Ele sorriu-me, retribui-lhe e saí do carro com um sorriso estupidamente estúpido! Entrei na escola de condução e fui ter com o meu instrutor.. Estivemos um pouco à conversa sobre o que íamos fazer e depois passado pouco tempo demos inicio ao exame.

Peço desculpa a demora a postar... Mas como já disse o meu portatil avariou-se.

Ainda não está arranjado e infelizmente não sei quando vai estar...

Consegui arranjar uma maneira de postar hoje :) Espero que gostem

E tenho também arranjado maneira de ler as histórias que estou a seguir também

Mas não tenho oportunidade de comentar, peço desculpa